Nesse quarto frio,
tanto quanto vazio,
seu retrato espio.
Mas nem mesmo o fogo, a chama,
esquenta esse coração que clama,
essa falta sua, essa falta é tanta.
Falta essa que até espanta !
Me deixou só nesta noite fria,
sem chão, sem teto, como sem moradia,
foi sim, foi sua muita covardia,
que em meu peito esse sim se esvazia,
aonde muita paixão muito amor havia.
Escuto o telefone tocar,
desculpas tuas não vou aceitar,
porque voce quiz esse amor terminar,
e de volta não, não vou te ceitar.
Mesmo amando essa Dona sem dó,
que me deixou inteiramente só,
nesta noite fria com na garganta um nó.
Seria bobagem minha,
aceitar de volta esa mulher que eu tinha ?
Sei lá... prefiro a solidão,
do que a ingratidão,
e a desilusão,
dessa traidora sem alma, sem paixão.

São Paulo, 26 de março de 2007