Bateu um vento meridional que me arrepiou mais do que o normal, dizendo: escreve! o povo pede, você deve... Peguei a pena de leve, molhei de novo na minha cicatriz pequena e derramei um poema feliz, que diz obrigado a todos que acompanham meu fado interminável: o que fiz e o que ignorei, o que contei e o inenarrável.

Há quem lê e se lisonjeia; quem se ofende; quem se defende; mas contanto que leia, se entende ou se devaneia já não importa: se é rima direita ou se é linha torta, tudo depende, tudo varia, tudo se aproveita na poesia. Porque a graça, me dizia o vento, é que ela se refaça dentro do leitor/co-autor, de quem a abraça e interioriza seu valor, de quem se atreve e reescreve o amor.

O vento propagou meu brado, dizendo obrigado aos quatro cantos; e ventou tanto que moveu a vida em todas as dimensões. Minha gratidão foi ouvida em manifestações plurais, assistida de fato pelos meus iguais, companheiros leais no ato da poesia. Bem lida, ela repetia:
-Grato pela parceria.