Depois de tudo, posso escrever assim,
É um pouco de mim, quase nada, o que espero de mim e de ti.
Sorvo o caminhar das horas, almejo todos os relógios.
Espero, cada dia, por ti.
Não sei se sou limão, ou tremendo abacaxi.
Sou somente eu, e minhas tristes horas, esperando por ti.
De meu âmago, desprendo as horas, desapego tudo,
Mando para o inferno, a tortura das horas,
Desapego-me do mundo, e flutuo,
Assim, como se não houvesse peso, matéria, pensamento.
De onde estou, querida, tu não me vês.
Mas te vejo, nas príscas  horas.
Serei sempre teu acompanhante, em todas as horas,
Serei teu príncipe e teu inferno,
Serei tudo,
Só não serei o que esperas de mim,
Máquina, respondendo tudo,
Assim, como se o mar batesse sempre, com suas ondas,
Não é verdade,
O mar só bate em mim,
Porque esqueci de te dizer, que, quando você pensa que está na frente,
Estou eu, de armadura, invisível,
Protegendo-te, sempre, amada de meu coração.
 
 

Para uma grande amiga do passado, que retornou.

Bagé/11 de fevereiro de 2007.