Como posso calar-me, ao ver todos os meus sonhos 
destruídos...
Das imagens retidas em meus olhos, já não estas; 
quando das minhas ilusões já apagaram-se!
Da esperança que vejo afogado-se em minhas lagrimas...
Das nuvens que de negro cobrem o nosso crepúsculo...
Na escuridão da noite aguardo ansiosa, o surgir da aurora...
Esperando que ao nascer do sol, possam novamente refazerem-se 
os meus sonhos que na vida só à eles tenho como minha companhia... 
E que, sem eles, terei que retomar esta bizarra e perspicaz realidade, 
e ali sentirmo-me como se fizésse parte integrante de uma relis comedia... 
Deste modo, na forma ou maneira e que vou ausentar-me...                                                                                                                    e, quando a exuberante e bacante morte bater à esta porta, em minha ausência
digam-lhe que parti rumo ao esquecido...
Da vida esta, nada levei... tão pouco algum dia esperei...
Digam-lhe que há muito tempo eu à aguardava...
Mas que cansei-me de haver-me sua demora...
Foi então que resolvi ir-me à procura do que um dia deixei...
Buscando o que à tempos perdi...
Que ao passar das vidas pensei, que ao renascer de outra 
vida, me traria novas e audaciosas soluções, e com sorte ate 
mesmo ao não lembrar, quem sabe o esquecimento... 
Entre tanto, fora apenas uma doce triste ilusão;
Deixei-te ali, tão distante... 
Imaginando que te esqueceria...
E que poderia livre deste amor, do qual me doei e, como escrava, 
submissa à tuas caricias, tombei ao despertar da aurora na qual 
tu, já não mais me estavas...
Fiz-me então uma idolatra e reles sonhadora...
Aguardando neste mero e fugaz hoje, ter-te novamente...
Na distancia sórdida, que te aprisionou em tua própria ausencia...
Aqui me es todo presente, ainda que dentro as minhas saudades, 
que em meus sonhos te trazem...
Se pudesse romper os elos das pesadas correntes que unem 
nossas almas a través do tempo arrastando-se pôr toda a eternidade...
obrigando-nos à todas nossas vidas , sentirmos pedaço deste amor...
Sempre nos furtando a este amor, coagindo-nos repetitivamente 
à viver na distancia que da ausência somente esperas nos ofertou...
Que do tempo sómente saudades nos deixou...

na ausencia a distancia que
não posso aceitar...

Poa/ 2003

Sonia Aly Salem
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