Qual soluço d'alma errante,
Espontânea produção,
Vem nascendo em suas mãos
Um poema provocante:

Pulsa o verso em profusão;
Brota o verbo em avalanche;
E o poeta, em tom vibrante,
Vê fluir uma canção!

Na explosão da sua rima
Ele escreve sem contrato,
Sem qualquer regulamento;

E ao reler o texto acima
Reconhece, estupefato:
-Oh, meu Deus! Mais um soneto!

Não é exatamente por acaso, mas também não é exatamente de propósito. Eles nascem assim.