No cume da montanha

Ao subir no mais alto cume das montanhas que me cercam,
olho para baixo e vejo o quão pequenos somos diante de tudo.
Em cima do cume o vento sopra forte e refrigera nossas almas,
nos dando uma sensação de liberdade plena e intimidade com o criador.

Ver as coisas acontecerem um pouco abaixo no horizonte,
nos traz uma compreensão altamente sensível das coisas que nos rodeiam.
A sensação de alegria e harmonia com a natureza nos leva ao êxtase,
que a interação do indivíduo com o todo traz aos que buscam a verdade.

A verdade sublime que paira sobre todas as dúvidas sopra aos ouvidos,
daqueles que se aventuram a subir as três montanhas da crucificação.
No ponto mais alto, da mais alta montanha, encontraremos a serpente,
que após ser desperta será engolida pela águia que voará para o absoluto.

Vencer nossos próprios medos antes que eles se concretizem,
derrotar o individualismo para que a consciência coletiva desperte.
Caminhar pelas trilhas que levam ao ápice da auto-realização,
sabendo apreciar a beleza da essência das coisas ao nosso redor.

Esses são os passos daqueles que procuram o sentido da vida,
não se deixando levar pelas paixões carnais que fomentam as ilusões.
Procurar dentro de se, as respostas de todas as indagações existentes,
descobrindo um mundo mental que nos levará ao cume da montanha.

No cume da montanha construiremos e transformaremos a realidade,
a partir do momento que compreendermos a complexidade da existência.
Existência a qual manifesta primeiramente no mundo mental do cosmos,
para depois concretizar-se fisicamente nas nossas vidas e influenciar-nos.

Campo Belo/MG

BALBI YODHEVAUHE SIQUEIRA
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