Porque fui eu lembrar disso agora
talvez porque esteja a chegar a hora.
Aos meus oito anos três Aurora
Se uma de Casemiro de Abreu
Oh aurora da minha vida
da minha infância querida...
também sonhava com outras aurora.
Tinha um amor que se chamava Aurora,
e por fim minha própria aurora.
Será que tenho história?
Ainda me lembro da minha infância.
Meus pais quase sem vintém
lutavam para eu ser alguém.
Oh minha mãe, que vida sofrida
Levava uma vida corrida.
Pela manhã preparava o café
e lá ia eu a padaria a pé
enquanto ela cantarolava uma canção,
eu chegava trazendo o leite e o pão.
Eu ia para a escola estudar
ela ficava em casa a cozinhar,
a fazer nosso grude
eu jogava bola de gude
Eu corria atrás de balão
ela dava pensão
ela cozinhava tripa
eu soltava pipa
se calos na mão
eu jogava pião.
Eu nas várzeas corria
em arvores subia
parece brincadeira
era enorme mangueira
donde os frutos colhia.
Algumas vezes sorria
outras vezes face franzia.
A vida não mente
e assim literalmente
eu corria atrás das Aurora.
O tempo passou
e com ele se foram as Aurora.
E o que vejo agora !
Uma vida com corte
eu e a senhora
esperando a morte.
Eu agora insisto,
bem antes do previsto,
está a chegar a hora
eu nunca tive Aurora
meu tempo acabou.
Minha vida teve um preço.
A vida é assim!
Riem de mim!
Lembranças contigo
Isto é o fim...

Renatinhuuuuuu 16 de Agosto de 2006 03:49

Apenas resumo fictício de uma vida.
As vezes somos máquinas de escrever bem antigas,
aquelas ( ROYAL ) que aos dedos todas as forças para se escrever AMAR.
Bem diferentes dos modernos tempos de hoje, quando ao simples A ele já se completa automaticamente AMAR OU AMOR.
Agora apenas um silêncio, breve silêncio.

Conversando com Paulo Cardoso. ( P.C )