Os poucos anos que vivi, já me pesam;
imaginem se tivesse que dobrar...
eu que tenho, carinho e amor fraterno
imaginem quem não tem ninguém, pra lhe amar;
eu não sei quantos dias me restarão,
se dependesse de mim, eu morreria ancião,
eu sei que aqui na terra é ruim, mas...
quem me garante que é melhor fora daqui?
Quem afirma que é bom, nunca morreu...
e quem morreu; nunca voltou pra mim falar;
deve existir outro lugar melhor que aqui
mas não afirmo; quem sou eu pra afirmar...
somos meros sobreviventes humanos
fazemos planos, sem certeza do amanhã;
ah! Se eu soubesse que amanhã eu morreria
como seria o meu hoje? Será que eu...
chegaria amanhã? Ou eu morreria hoje?

São Paulo, Julho de 2006.