FUJO...
Fujo no tempo, do tempo onde navego
Em brumas que me levam sei lá onde!...
Pergunto-lhe tão-só... aonde chego?
E o tempo fica surdo e não responde
Fujo nas nuvens, nos ventos, nas marés
Em busca incessante de outro porto
E sempre vem do tempo a morbidez
A dar-me a incerteza de um conforto
Mas seja onde for, que vá, que aporte
Tomei pela viagem algum gosto;
Ainda que me leve à própria morte
Nada de mais será, que não suporte,
Na calma dessa paz terei encosto.
Joaquim Sustelo
Joaquim M. A. Sustelo
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