Já era de se esperar
que o tempo parasse,
e o meu coração começasse,
ligeiramente a bater.

Já era de se esperar
que meu último suspiro
fosse o meu primeiro,
e que único, foi esse ato de amar.

As alegrias empalideceram,
e o calor tornou-se gelado,
o seco ficou molhado
de suor dos que se apaixonaram.

Amor congelado e frio
também é eterno,
amor congelado deixa o coração a mil,
pronto para o inverno.

O fruto do pecado original,
é hoje cobiça do artificial,
do fiel ao mal, e do avesso ao certo,
é o contrário do incerto que está por perto.

Que vença o senhor das filosofias
que nenhuma letra seja posta a mais
meu dedo enrugado de desgaste,
é mais um dos infinitos organismos em debate.

O cuco está atrasado
e o tac não vai esperar pelo tic.
Pois, o mundo já perdeu o pique
de se manter amado.

O tempo me sorriu como o amor
dizia: só sou de você se prestar atenção em mim
sou rápido demais para ser de um momento assim,
tão impiedoso, cruel e apenas amador.

Sou amor de tempo
e duro quanto tempo me quiser.
Só sou de quem me quer,
de quem sai do chão, e viaja no vento.

Já era de se esperar
que o tempo parasse,
e o meu coração começasse,
ligeiramente a bater.

Já era de se esperar
que meu último suspiro
fosse o meu primeiro,
e que único, foi esse ato de amar.

De que infinitos momentos
foram menos que um segundo,
de que uma ínfima trajetória
fez o destino de meu mundo...

Mas, ainda faltam muitos mundos
para alinhar com minha órbita.
Meus versos estão em linhagem torta.
Vieram do núcleo, lá no fundo.

Viver o amor, é mais intenso e duradouro quando se percebe que o tempo parou.

Guarulhos-SP