Em uma noite silenciosa,
ouço barulhos ocultos,
são os pensamentos intrusos.
Será que somos reféns do silêncio
ou ouvintes?
Caso tenha alguma manifestação,
que ela tenha algum requinte.
É a ausência do desejo
de aos próprios sentimentos dar vazão,
em sermos perfeitos para o mundo,
uma auto vontade de perfeição.
Fora isso, o resto não passa de utopia
com um quê de polidez e uma quase rejeição,
é pura e simplesmente hipocrisia.
Fazemos a busca infinita por pertencimento,
fingimos desamarrar as mentes por merecimento,
feito um ato de lealdade,
deturpado pelas mentes alheias,
escondendo a sua verdade.
Já a utopia vem do sentimento,
aquele que traz a falta de liberdade
da qual nos achamos diariamente livres.
Ao final, andando muitas vezes em looping,
não passamos falsamente de reféns libertos,
em nossa própria órbita e direção.
Por isso, nos atrai muito mais a ideia da imperfeição,
sem caber nem chegar a nenhum lugar,
e não vivemos apenas para o mundo externo agradar.
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