Gosto de seguir assim, sem medo...
Deixando um rastro da minha loucura por onde passo.
Fazendo com meus versos um caminho longo, onde muitas vezes ando, outras corro, mas também paro e recomeço, se necessitar.
Não ligo se há quem me julgue.Não olho muito para os lados.
Só, vou...
Se me aplaudem, sei que não mereço.
Se disfarçam, porque não me entendem, finjo que não é comigo.
Se não os toco, não mexo com o que têm por dentro, deixo que pensem o que quiserem.
O que me toca, não tem necessariamente que tocar alguém.
Bastam-me meus cantos, meus desencontros, nessa busca de provocar sentimentos.
Há em mim um comichão, um não sei quê que necessita de ser colocado pra fora.
Um dividir parte de quem sou e penso, com o outro.
Um querer adivinhar quem é, e por ele falar, inadvertidamente.
Talvez fraqueza minha esse necessitar.
Talvez coragem minha esse sem medo de me amostrar, rasgar roupagem de fingimento, lavar a alma.
Só sei, que disso nada sei.
Dispo-me do medo de me expor, arranco a máscara da vergonha, sigo de peito aberto, cara limpa, e vou. Despejar-me sem censura, me faz um bem danado de bom.
Desnudar-me tal e qual quem sou, quem desejo ser, quem imagino que seja o outro, me satisfaz.
Só não queiram que diga o que desejam que seja dito.
Não me ditem regras, não me imponham parâmetros, não me enclausurem na cela da mesmisse, de dizer o que vem no rótulo.
Só me deixem seguir minha sina.
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