Hoje que me recolho em pensamentos,
E que nenhuma espera nada traz…
Balançam cortinados sonolentos…
Oscila o dia, tácito, fugaz;

Que me angustiam, todos os momentos,
As horas são de pálido lilás…
E a fria solidão dos aposentos
Responde ao meu lamento costumaz;

Da janela, uma sombra acaricia
A tua singular fotografia…
O silêncio é constante, indagador…

Hoje que tudo exprime desencanto…
É que descubro ainda em certo canto
Algum bilhete tímido, de amor!

PAULO MAURÍCIO G. SILVA
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