Espaços atemporais,
Por onde vago sem companhia
E a tudo me conecto.
Eis que na imaginação
Criei um portal sem tempo.
O lugar sem espaço,
Em que a razão tem diálogos com a emoção,
E os sentimentos se transportam
Para as letras em busca de significados.
Tempo, tempo, tempo....
Eis meu companheiro e algoz,
Meu confessor e meu desafeto,
Minha paixão e meu ódio.
Pois que poeta musical,
Já disse: ‘eu prefiro ser está metamorfose ambulante’,
E eis que concordo, a graça está na mutação
Desde que percebida,
Desde que transforme o próprio sujeito
Em objeto de observação,
Eis talvez, a fórmula para o milagre do autoconhecimento.
Temos nosso tempo, nosso espaço,
Mas alma não quer isto,
A alma não sabe o que quer,
Ela só existe, busca pouso no berço de onde partiu,
Tem asas que surgem do nada,
Para tal qual desaparecerem.
Na quebra de tal ilusão,
Esta consciência intangível
Sente-se tão próxima do homem,
Quando este se faz distante dela.
Eis que é da contradição que surge o movimento,
E este encanta tanto,
Quando convida o momento de paz,
A meditação absoluta,
Onde no silêncio,
Que aparentemente nada diz,
Tudo se ouve!
05/09/2022
Gilberto Brandão Marcon
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