Há quem diga afinal: a poesia
É coisa que não lucra nem sustenta;
Não garante, nem mesmo complementa
O bem-estar de alguma moradia...
O poeta delira noite e dia...
Só vive o que ele sonha, o que ele inventa...
Conta estrelas no chão, enquanto tenta
Achar real a sua fantasia.
E a poesia, fé na qual me apego,
Acompanha-me, mesmo se carrego
A dor angustiosa de viver...
Pisando no beiral do Abismo imenso,
Paro no último instante... E apenas penso
Em versos que me faltam escrever.
PAULO MAURÍCIO G. SILVA
© Todos os direitos reservados
© Todos os direitos reservados