Estes versos noturnos que componho,
Se a saudade em silêncio me visita,
Têm as linhas nostálgicas de um sonho
Que te mostra suave e tão bonita... 

Estes versos noturnos onde ponho
Confissões que minha alma necessita,
São palavras profundas que, tristonho,
Reescrevo na folha reescrita… 

São murmúrios febris... Uma constância
Que desperta-me em noite vã qualquer...
Pego a pena... Concedo-lhes substância… 

Despetalo-os, tal como a um malmequer...
Sempre ouvindo no vento a ressonância
De um suspiro longínquo... de mulher...

PAULO MAURÍCIO G. SILVA
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