Deixa aberta a cortina na janela
À visão branquejante do luar.
Sobre a cômoda a nossa foto, aquela
Em que estávamos juntos no pomar.

Deixa acesa do lado, acesa a vela…
A ternura também no teu olhar.
Leva aos lábios, então, a flor singela,
Quase como se fosse me beijar.

Quando a música, enfim, tiver parado,
Teu cabelo, num ápice dourado,
Sobre a pele sedosa reluzir,

Ao findar esse rito encantador,
Despetala por todo o leito a flor...
E te aquieta, esperando-me a sorrir!

PAULO MAURÍCIO G. SILVA
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