Sou traquinas como todas as mulheres.

 

Quando o vento sopra, meu vestido voa,

Meus cabelos desgrenhados balouçam,

 

Minhas pernas tremem e minhas mãos

Agitam-se no ar para que me notem,

Pois meu corpo é esbelto e sou “gostosa”...

 

Sou traquinas como todas as mulheres...

Às vezes imito os homens e bebo cachaça,

Na rua ou onde eu estiver, levanto a taça

Ou o copo vazio já meio ébria e sem destino.

 

Sou traquinas como todas as mulheres,

Porém não habito os cordéis dos motéis,

Nem procuro numa horizontal pelos desejos...

Sou traquinas como todas as mulheres,

Mas quero ser de um só e ser única: impossível!

 

 

DE  Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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