A minha alma nas noites sem luar,
Chora as dores de um ser angustiado…
Como no alto de um cerro desolado,
Uma árvore sozinha a murmurar…

Contra o céu deprimente de se olhar,
Uma estátua disforme num telhado…
Ou na ponta de um galho desfolhado,
O corvo melancólico a soar...

Farfalhos em monótono alarido…
Os ventos, quando arrancam um gemido
Da paisagem tristíssima, sonora…

As folhas dispersando–se, erradias…
O sino lamentando às ventanias…
É minha alma nas noites, quando chora!

PAULO MAURÍCIO G. SILVA
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