Fecham-se as cortinas das horas.

Segundos e minutos se agitam

Tentando entender o silêncio.

O tempo macabro se instala

Na soleira indigesta da atmosfera.

 

No espaço ebúrneo não há nuvens.

O éter é anfitrião dos ventos elíseos

Que sopram sobre a superfície morna

De um cosmos amargurado pela rotina

Do Sol acanhado e soberbamente frio.

 

Um orbe inchado por ausência de cores,

Um universo vadio e sinistramente belo

Desfila sob o manto bipolar dos astros

Que salpicam a pureza da quintessência!

 

 

DE  Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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