Confiei na calma de teus lagos
Tão cristalinos e sinceros, que me encantaram.
Talvez tenha sido este o meu erro e por amar teus afagos,
Vi meus castelos desmoronarem...

Meu amor por ti cresceu como gigante onda
E foi adentrando a terra, tal como o mar.
Nem notei quando teu interesse foi fazer ronda
Em terrenos, os quais, eu nem supunha adentrar...

Em ti enxerguei a mulher tão sonhada.
Quis teu corpo e a alma, o todo.
Não sei se eu fui adequado para teus desejos, perdida fada,
Porque evanesceu-se e deixaste-me afogando no lodo...

Névoa em uma caverna na densa escuridão.
Gelo a preservar uma dor excruciante em meus sentimentos.
Terei valorizado tanto a ponto de perder a graça e paixão?
Estarás feliz como parecia comigo em outros momentos?

Tudo deixou de fazer sentido e me sinto tragado pelo oceano.
Turbilhão de dúvidas e cismas; abandono lento,
Mas que se fez veloz quando do romantismo, surgiu o teor humano
E fiquei só, na frustração do desconsolo e seu intento...

Não compreendi em quais praias, chegar almejavas.
Era eu quem faltava com o que sonhavas? Mas não teria tudo,
Assim como ninguém o tem. Do fundo de ti, quais eram as lavas
A brotarem em erupção e chuvas de um desinteresse mudo?

Terei me enganado? Terá sido cisma?
Eu amei sinceramente e vi a distância crescer, ficar a mágoa...
É isto o amor? Um fulminante, cruel cataclisma?
Quero afundar e ser esquecido neste desfecho em água...