Sinto-me mergulhado num antigo poço
E a água que me cerca é podre e amarga
Uma pesada carga, um mar insosso
A nojeira cuspida já cobriu meu pescoço
Na piscina de lágrima que se alarga
Dois cospem o chorume dessa sinuca
O santo rancoroso e a cativa cheia de fé
O santo já até disse que minha mente é maluca
Enquanto com a boca a outra me machuca
A Amélia e o Narcisista Hipócrita de Nazaré
Minha cabeça tem ficado doente
Essas e outras coisas têm me entristecido
Eu fico aborrecido com isso na mente
Desejando abandonar essa gente
Para que em fim eu possa ser esquecido
Se você não me entende, deixe pra lá
O meu peito está doendo há anos
Foram muitos danos no lado de cá
Eu já não creio mais que a ajuda me encontrará
Eu apenas vivo sem ter noque acreditar
Julio Garcez
© Todos os direitos reservados
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