Me ferem os espinhos de rosas vermelhas, colhidas pela rama,
Pois não as entrego, tanto na pena quanto na cama.
Ainda sem estar contigo, dedico então a ti este poema,
Pra matar esta vontade, tanto na cama quanto na pena
Vislumbrando sozinho suas imagens, você já não me engana!
Descrevo aqui fervendo, tanto na pena quanto na cama,
Que tenho mais do que você tem a dar, neste esquema,
De nos satisfazer, tanto na cama quanto na pena.
Sua boca me entrega o beijo, lambe, morde e drena
O desejo que instigo, tanto na cama quanto na pena
Nas minhas mãos safadas, seu corpo se inflama,
Sem saída te agarro agora, tanto na pena quanto na cama
Começo a te estimular sem decoro, uma excitação insana
A dois, querendo ser um, tanto na pena quanto na cama
Você me teme agora, no afrouxar desta cadena,
De preliminares às rédeas, tanto na cama quanto na pena
Te ofereço sem dó meu sabor, para que você destema
em avançar, sem-vergonha, tanto na cama quanto na pena.
Como a apreciar as lágrima de um bebê, que cá engole e mama,
Sou em ondas também carinhoso, tanto na pena quanto na cama.
E neste vai-e-vem, bruto no instinto da sua sede e gana
Dentro, me faço seu dono, tanto na pena quanto na cama
A te sovar cada vez mais, prendo e puxo até que gema
Te abatendo à força, tanto na cama quanto na pena
E na sintonia dos prazeres, no clímax desta trama
Nú e explícito, tanto na pena quanto na cama,
Gozo em te ver rendido a mim, como se aprisionado em algema,
poder na submissão, tanto na cama quanto na pena.
Afinal, sou seu homem quando acaba esta cena!
Suo, tanto na cama quanto na pena,
Porque nesta volúpia, sonho que de mim emana,
Te adoro do começo ao fim, tanto na pena quanto na cama!
Guilherme dos Anjos Nascimento
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