O clima para amanhã
Ninguém poderá prevê,
Nubladas serão as palavras
Se por acaso alguém escrever.
Cinzento poderá ser o dia,
Sem noite a entardecer,
O mar com ressaca e dúvidas, Engole os rios por prazer.
Nenhum arco-íris a vista,
No pacto entre homens e Deus,
O imprevisto amanhã,
Fará a lua e céus ateus.
Amanhã não abra sua porta,
Pra ver o clima do dia,
Se nenhuma noite clareia,
E nenhuma aurora irradia.
Não olhem pela janela
Pra ver essa previsão,
Céus abertos, corações fechados,
Uma amanhã não ensaiadoSem a prévia encenação.
Amanhã ninguém saia a rua
Com esse imprevisível clima,
De nuvens espaçadas por solidão
Com umidade relativa do ar,
Sem o seu olhar, sem relação.
Gil Miranda
© Todos os direitos reservados
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