FILHOS DE HÓRUS

OH! filhos da terra abaixo do Egeu
Onde Ptah ergueu sagrado templo
Dum povo que conheceu o apogeu
Que até hoje é tido como exemplo

A união do deus Cosmos e a Terra
Gerou deusa Ísis e Osíris seu irmão
Do incesto nasce o filho e a guerra
Entre Hórus e o deus da escuridão

Seth, após matar o irmão à traição
Enfrenta a ira de Hórus, o deus sol
E atinge o olho esquerdo do falcão
Restando-lhe o olho da luz de farol

O deus do caos, fome e do deserto
Assassinou o irmão atrás de poder
Deixou a mortal desforra em aberto
Seguida pelo sobrinho ao se erguer

Perante a proteção de Osíris e Ísis
Ligados pelo Ankh para vida eterna
E o Olho de Hórus com azulada íris
Imortaliza o sono de quem governa

Quem governa é chamado de faraó
Em dinastias, se passaram milênios
Após a morte, não queriam virar pó
Se eternizavam entre homogêneos

Levavam às pirâmides suas tumbas
Apelavam por Hathor e seu espelho
Fixavam maldições às catacumbas
Deixavam o símbolo do escaravelho

Tutancâmon o famoso faraó menino
Nefertiti e Aquenáton mudaram a fé
Cada qual com seu tesouro genuíno
Violados por ímpios, vão ficar em pé

OH! servos calcados do antigo Egito
A dura maldição de Akhran é destino
Vai atingir a todos, do tolo ao erudito
E aos que lerem esta trova Florentino

Marco Antônio Abreu Florentino

Poema dedicado ao amigo Luiz Cesar Nogueira de Carvalho, médico ginecologista obstetra, ultrassonografista, auditor, perito, escritor, poeta, contista, pianista, filósofo diletante, estudioso da astrofísica e egiptólogo amador.

Dizem à boca pequena que, quando se exilou na África por questões políticas, fez um retiro espiritual para reflexão num grande deserto durante sete dias, descrito em 2005 por um de seus biógrafos exatamente assim:

               ¨Uma outra passagem, que flutua entre mito e realidade, diz respeito a uma estranha e misteriosa peregrinação de Luiz a um deserto próximo, onde se refugiou para oração e meditação, quando no quarto dia de isolamento e jejum, teve um encontro, decisivo em sua vida, com um espírito todo paramentado de vermelho e negro, com detalhes rendados de brilhantes, de uma formosura ofuscante e com belas e delicadas linhas faciais, como um anjo, entretanto, apresentava odor intensamente fétido, nauseabundo mesmo, com duas pequenas e curiosas protuberâncias na região frontal, separadas por uma tez alva e aveludada, porém quente e úmida... como nosferatus.
                 Tinha uma voz de taquara rachada e movimentos calmos e calculados. Alguns acreditam tratar-se de Lúcifer, outros do anjo Gabriel. Ninguém sabe ao certo, nem qual o diálogo travado entre os dois durante três dias e três noites, perfazendo um total de sete dias de retiro. O fato é que depois desse fatídico enfrentamento, Luiz mudou mais uma vez seu comportamento, alardeando sempre que oportuno, sua condição de ateu convicto, afirmando desprezar as coisas sagradas invisíveis, seja para o bem ou para o mal.¨

Bem, não se sabe se essa passagem é ficção ou realidade. Somente ele poderia esclarecer.

Também outro mistério que o envolve é a proteção que ele tem de RÁ, deus do sol no antigo Egito. Recebeu como presente o ¨Olho de Hórus¨, o ¨Caduceu¨e o ¨Bastão da Vida¨, além de vários Ushebet´s, todos em exposição no seu apartamento. Se faz acompanhar, vez por outra, por dois vassalos: Sancho e Pança. Também somente ele poderá confirmar a veracidade desses fatos.

Saudações velho amigo... espero que gostes da poesia cordelista.

https://youtu.be/eV7yGOeaviQ
(A Terceira Lâmina - Zé Ramalho)

Marco Antônio Abreu Florentino
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