As ilusões reais de um mundo abstrato

Deus não é singular, ele reside na coletividade que multiplica a ética como lei universal nos finitos mundos executares da consciência absoluta, que sem esforço liberta-se da vida e da morte.   
A presença do silêncio promoverá as rupturas que viveremos no ano de 2022. É chegada a hora do romper com as ilusões, desbravando a consciência absoluta. Consciente ou inconscientemente vamos desapegar do passado, futuro, ego, poder, tempo, o agora será a cura das dores visíveis e invisíveis.
Ser está além das caixinhas sociais e dos rótulos mecanizados, somos a manifestação da vida. O amor é a lei que rege os múltiplos universos, conectando tudo, rompendo com o ter e com o ser, repousando na profundidade da consciência absoluta.
Criamos uma realidade que viola, fere e mata. A desigualdade naturalizou-se no transcorrer da vida humana. Os seres que caminham rumo à humanização polarizaram os contextos, tristemente a dor ganha voz e a compaixão cala diante da indiferença.
De um lado poderosos trilhardários, lançando o turismo espacial; do outro, miseráveis que não sabem se alimentarão amanhã. A fome assola a sociedade dos seres que dizem humanos. O egoísmo alicerça o capitalismo desenfreado, selvagem.
Até quando a dor do outro será imperceptível, somos um! Tudo que está dentro de um, está, mesmo que negligenciado, dentro do outro, somos semelhantes. 
O que transformou os homens em seres hostis? Quando nos perdemos da nossa essência? O que estamos fazendo com tudo que recebemos para evoluir? Vivemos em um paraíso, entretanto, as nossas atitudes têm materializado o caos.
Que humanidade é esta? Você é humano? O que te faz ser humano diante de tudo que não é humano? Pregamos a humanidade, todavia vivemos a desumanização, a nossa atmosfera é inundada de divisões, partidos, fronteiras, tudo nos separa e ironicamente nos une.
A Terra é o lar coletivo dos homens, esta nave biológica nos acolheu com igualdade e amor. A mãe Terra só deseja a nossa união, ela anseia pela reconciliação dos seus filhos. Ela sonha com o dia onde a vida será selada em um abraço coletivo de todos os seres. Esse dia será glorioso, revolucionário, libertador.
Acordemos, pois o grande dia está chegando, o egoísmo será exilado e a fraternidade reinará, sentaremos na mesma mesa; no rosto a serenidade, no corpo a gratidão, nas palavras a generosidade.
Uma nova Terra surgirá, triunfando a ética em consonância com a coerência, a igualdade despertará a liberdade e consumará a fraternidade. Nesse dia nascerá a nova raça humana. 

Dhiogo J. Caetano
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