SILÊNCIO DA NOITE


No oceânico silêncio
De noite a fio,
Aderivo em crepúsculo vão,
Sem os teus remos abraços
Pacífico mar de sim ou não.

A noite é fria e ártica
Na ótica visão do ermo,
Qual uma saudade forte,
Não se importa, não se parte.

Alheio ar que mal respiro,
Envolve-me a ausente neve,
Sem saber o que prefiro.
Se eu passar dessa noite
Que a fúria do ocaso mim leve.

Mergulho a fundo nos segundos,
Pela tênue presente raridade,
Não sei se haverá outro mundo,
Se nele não haverá bons vinhos,
 Seu carinho e a gravidade.

Gil Miranda
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