Retalhos de um poema ( para Belê )

Sou retalhos de um poema inacabado,
carregados de meias palavras que se perdem nas entrelinhas.
Versos lançados nas páginas em branco do tempo que me definem
me representam.
Livro aberto onde estão tatuados meus percalços,
anseios,
devaneios.
Vocábulos ditados por um coração sem dono, repletos de rimas,
cores.
Estrofes que me enriquecem,
aquecem.
Onde me refúgio nas tardes frias de outono,
nas longas noites sem sono.
Sou toda poesia.
Espelho de uma alma de criança translúcida.
Que busca a lucidez de seus dias nos sonhos que sonha acordada.

Maria Isabel Sartorio Santos
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