Flor

Escravo da tua beleza,

Um velho contador de histórias

Perdido em suas memórias

Esconde a sua tristeza

 

Te sonha inteira, pois sim,

Desvela o teu Universo

 te sonhando vice e verso

completa, inteira,  início e fim

 

Cultiva sonhos pueris

Com insolente constância

Sonhando a tua fragrância,

Em dias primaveris

 

De flor que desabrochando

Exibe  um  raro botão

E derrama em profusão

seu néctar, me alimentando

 

e assim, apenas em sonhos

e nesses versos que componho

é que esse velho narrador

 

recolhe nas ruas e praças

 o mel que derramando passas

sem enxergar teu beija-flor.

 

Pois quem me deu? A pergunta se encerra,

Quer  no céu,  quer na terra,

Esse raro e divino direito,

 

De com olhos abertos, ou fechados,

Sonhar-te dormindo ou acordado,

num sonho, assim, tão perfeito?

 
(BRUNO)

Essa noite - pra você