Meus olhos morrem. Quando acabará o tempo?
Descola a retina e um sarcasmo amargo
Domina meu espírito que adormece letargo
Como o moribundo a adentrar desesperado no templo...

A ideia da cegueira traz um pavor dantesco!
A escuridão em manchas de sangue que se esticam
Impregnando a vista de bolhas negras, as quais piscam
Em um flerte doentio comigo e meu terror gigantesco!

Não, eu não quero ficar após o advento das trevas...
E quem diz que não é o fim, não conhece as selvas
Da indiferença humana e do tremendo asco

O qual a sociedade e o mundo em teores de pena, esboçam
Quando se arrastam em andrajos os leprosos que se coçam
Com pústulas estigmáticas de deficiências... E imploram pelo carrasco!