Um homem solitário

Um homem solitário
É como um poço secando
É ver a vida passando
Como um filme sem graça
É como um terno bom
Sendo comido por traças
E esquecido na gaveta
De um armário qualquer
Diluem os sonhos enferrujados
Pregados nas paredes envelhecidas
Enfeitando muros gastos
Um pouco de sal da maresia
Lhe quebra os finos braços
Desprende-se das paredes as peneiras
Enfraquecidas pelo desgaste
Ao chão retornam seus restos
Em pó transformado o aço.