Tartaruga Insegura

Um dia a mais ou a menos, que importa?
Caminhamos devagar. A vida passa rápido.

Recolhi-me no casco do medo
E por achar que não possuía valor
Desperdicei oportunidades e alegrias,
As quais muitos também não aproveitam
Por se esconderem como as tartarugas.

Não dancei e nem fui forte.
Não lutei e apenas teorizei.
Não amei loucamente, nem transei o bom sexo.
Não fui prático e muito menos sábio...

Tudo é artificial no mundo, até as ideias.

Caminhei lentamente na orla dos sonhos
E não percebi que acabaram.
Tencionei objetivos, mas a vida é superestimada:
A maioria tem o destino do esquecimento
E a lembrança enaltece os vilões.

Eu não pude sequer dirigir um automóvel!
Eu não fui feliz e quando tentei fazer os outros,
Decepcionei-os porque eu não entendia a felicidade.
Covarde cósmico condenado aos calafrios
E chamado pelo coveiro a correr como um coelho.

Bem, os princípios de justiça que persegui
Não são possíveis na sociedade em que vivemos.
Deixar passar feito a tartaruga a se ocultar
Fora do dinamismo, é o que somos mesmo que se diga o contrário...