Real

Jamais poderemos alimentar nossas verdades e perpetuá-las,
Enquanto inflarmos a nossa autenticidade sem amorosidade.
Será possível reconhecer as diversas possibilidades,
Sempre através de inconstâncias contestáveis?


Indagar-nos-íamos sobre as relações lúdicas e tóxicas,
Condenando implicitamente as paixões das idealizações ilusórias,
Ainda que seja inequívoco o sentido do amor deturpado?
Perder-nos-íamos - sempre - na ausência das diversas reciprocidades?


Racionalizaremos injustamente o desconhecido sem nos permitir?
Induzir-nos-íamos a nos penitenciar e, consequentemente,
Negaríamos conscientemente qualquer lucidez sem nos impedir.


Compreender exigirá abrir mão das concepções prévias e sensoriais,
E, deste modo, será representar o outro, em sua ausência,
Criando dos instantes progressivos o caminho real pra acreditar...


(...Que tudo é possível mesmo que achemos ser improvável.)