Emoções do Consumismo

É válido, muito valioso tanto sentimento
Que s'espalha como pilhas de moedas,
As quais, não sendo de ouro, ou prata, ou latão,
Ainda assim compram o coração que é só órgão.

Dia das Mães ou dos Pais ou dos Namorados.
Datas de carícias e fortes emoções?
Coisa magnânima! Não é o caso, contudo,
Porque mais do que amor, muito, muito mais e além,
O que há é materialismo, status, consumo...
O produto ganho e o comércio maquinal imperam
E as pessoas homenageadas ficam em segundo... 
Ou milésimo plano...

Natal, Ano Novo, Dia das Crianças?
Oras! Quantos filmes, séries, revistas e propagandas
Para trazer à tona lembranças quentes
De relações que, em verdade, geralmente são tão frias.
Hipocrisia durante um longo período. Presentes naquela data
E as pessoas seguem a vida como quem respira
E não dá por si ou o seu valor e objetivo.

Importa que diante de tantas emoções
É fácil manipular o quanto vale um sentimento.
E é assim que consumimos e somos consumidos:
Por ideias que um mercado e sociedade geraram
Para julgar e colocar valor em dons gratuitos
Os quais deveriam ser genuínos, mas que apenas servem,
Na razão destas 'festividades', para compra e venda
Até do que, em origem, é puro,
Mas que acaba sendo comprado por notas desgastadas
Ou parceladas em um cartão de crédito.