Os versos vazios de muitas reticências

O tempo vai passando durante o ócio
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Sorrateiro de equinócio à equinócio
Esvaia tanto de dia como de Noite
Ultimato reflexo literal do açoite
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Vivo ignorando minha personalidade
Acho que não vivo por não perceber
Zombo do que acredito de verdade
Imito os tolos para normal parecer
O ostracismo do ser no cotidiano
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Estou buscando encontrar o meu ser
Mesmo deixando ir o que me leva
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Vou escrever para ler ao amanhecer
Espiar quem sou a cada entrelinha
Roubando minhas próprias ideias
Sendo capaz de me reconhecer
Olhando para dentro de mim
Seu vazio também é meu.

João Ramiro
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