Vou cantarolando estranhas elegias por todo o meu caminho,
Esperando e esperando o escorrer do sangue ao apertar o espinho
Que, quando pensei ser flor, e aspirei seu aroma,
Feri-me e da matemática da loucura, perdi a subtração, ganhei a soma...
Eu estou honrado em me isolar nas trevas, envolto na concha
De solidão que construí para meu ego, após notar a existência roncha.
E quanto mais bebi do escuro, em uma brônzea taça,
Mais me senti alheio ao universo e me banhei na desgraça...
Vou correndo alucinado em busca de muito mais... Ceifando pirilampos...
Quero a morte das estrelas, um cemitério indigno... Sombras em campos
Até onde não couberem na perfeição do sempre e do jamais...!
É para a escuridão, musa amada à veneração que componho esta poesia!
Quero dormir em teu colo e esquecer, leteanamente, o raiar do dia...
Desejo-te, ó, sombra! Fecho meus olhos em tua busca... Mas quero mais!
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