À Ganância Humana.
Tudo gira em torno da cobiça, da ascensão.
Nunca queremos rastejar entre a terra e os vermes
E para evitar tal sina, delegamos aos outros os germes
De tudo aquilo que desprezamos no âmago da concepção.
Só analisamos e almejamos o que é do bom e melhor
Ainda que não sejamos mais do que ratos do capital.
Repare que se fosses elite, não sentirias as gotas de suor
A escorrer pela face diante do momento da labuta infernal!
Mas queremos, sentimos como se fôssemos muito mais.
Olhamos com audácia voraz, pois é mais alto o degrau nosso,
E tudo se resume naquilo que eu quero e que posso,
Ignorando o senso de moral, sem deixar de ser "humano", jamais!
Independência do sistema! Célebre é a força do dinheiro!
A tecnologia de ponta, a política excludente, descaso!
Para chegar ao topo, corremos por pontes de gente primeiro
E depois fazemos uma doação aos pobres, sem atraso.
Para ser grande, deve-se ser uma folha em branco.
Sem sentimentos, sem pudores, êxtase da indiferença...
A máquina do rei demanda inescrúpulo e desdém à crença.
(Eu também desdenho a crença), mas não pelo poder, para ser franco...
Cada passo em direção ao castelo esboça tremenda pobreza:
Pelo ouro e a glória, drenamos até a carcaça um outro ser
E sucessivamente burlamos e corrompemos a natureza...
A hipocrisia e desumanidade são misteres na jornada ao poder!
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