Não sei quem sou,

Mas imagino que sou alguém,

Incapaz de me ver pelo olhar de terceiros,

As vezes ouço cochichos a meu respeito,

Então imagino que sou alguém.

Sou mesmo? Não sei.

Se sou, porque me sinto assim?

Com um buraco negro que só aumenta,

Olho pro espelho e até que me vejo,

Mas não sei o que se passa aqui dentro,

Mas tá tudo bem, é o que sempre digo,

Dia após dia, mês após mês,

Um tempo infinito dentro da minha gaiola,

Me sinto tão grande mesmo pequena,

Infinitas centelhas saem de mim,

Elas sempre estiveram aqui,

Prestes a colocar fogo em tudo,

Como um chamado pra queimar.