Arrancaram do meu cesto íntimo o lixo
Para melhor verem se meu ego melhorava.
E a caminhada de glória deveria ter iniciado.
Fui, contudo, dispensado até das mais ínfimas risadas,
Onde tanta luz e brilho parecia haver.
Persevera o olhar de quem se responsabiliza...
Eu passei a não ter o amor de quem eu realmente queria
E recebi em parcelas ou de uma só vez de quem não precisava:
Pobrecitos de todos nós! Frustração.
Idealizei romantismos onde isto era piada.
Sabia que era melhor abandoná-lo, mas teimei ao contrário
Sem estar preparado para os golpes de tantas negativas.
Admirei e quis quem não tinha sequer desejo,
Mas não podia abrir mão de mim, tal qual se eu fosse um vício:
Nocivo, mas necessário para a satisfação.
Fui percorrendo trilhos gemebundos, a angústia da falha
Constantemente em mim e sentei a aguardar o tempo passar
Só para esquecer o sabor acre e amargo da derrota...
Eu nunca fui importante, nem o serei para quem ansiei.
E cansei-me de perder, subtraíram-me esperanças
E quiseram que eu retirasse forças para lidar com isso... Tão normal.
Busco agora o lixo que de mim foi removido:
Aquela vítrea agonia do não sentir,
Que era excremento para todos, mas tesouro para quem quer fugir do sofrimento...
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