Bolas de sabão
 
Um menininho, postado no parapeito da janela de sua casa, soltava bolas de sabão.
Um senhor que por ali passava, vendo aquilo, parou e perguntou:
— Olá, garotinho por que você solta bolas de sabão tão lindas?
— O menino para por instantes e responde: porque eu gosto de ver elas voarem para longe;
— Ah! Sim — retruca o senhor, e você sabe que um pouco de você, nessas lindas bolas de sabão, viaja com elas?
— Com cara de surpresa o garoto sacode negativamente a cabeça e pergunta: como assim? — Simples, diz o senhor: quando você assopra e enche uma dessas bolas, o ar de seus pulmões as infla e as faz flutuar e viajar longe, ao vento.
— O menino ficou parado, pensativo, com um sorriso nos lábios como se estivesse se imaginando dentro de uma linda bolha de sabão. Enquanto isso o senhor sumia de sua vista.
Bolas de sabão! Sim, nós somos como bolas de sabão. Viajamos nelas, em nossos sonhos. Embora (sendo) frágeis elas nos contam que vale a pena viver a vida, apesar de tudo. É dentro de nossos sonhos coloridos, como bolhas de sabão, que voamos ao sabor do vento do destino, até desfazermo-nos definitivamente, no ar…
 
                                                                                    
 
                                                                                                    Porto Alegre, 12/11/20
                                                                                                    José Carlos de Oliveira
 

jose carlos de oliveira
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