O coaxar do Sapo
Eu sempre amei o coaxar do sapo
Sem entender bem por qual motivo
Até que num poema encantado descobri
E agora entendo que o coaxar do sapo
Era para a mais bela rosa poesia
E como eu adoro serenata
À luz do luar, na rua, junto com os grilos
Sempre com o olhar nas estrelas
Apreciei ouvir da janela
O sapo coaxando por trás dos vidros.
Depois que li sobre o poema encantado
Recordei que de fato
Havia no quintal uma rosa.
O poema encantado diz
Que o sapo tentou declarar seu amor
Mas a rosa não entendia
Porque ela era uma flor
E não compreendia o idioma do sapo.
Então o sapo entristecido
Por não ser correspondido partiu
Sem saber o que acarretaria na flor
Sua falta.
A flor sentindo o vazio
De tristeza também se desfez
Ao primeiro vento forte se rendeu
E suas pétalas soltas caíram
Sobre o corpo frio do sapo.
E cobrindo o corpo do sapo
Assim a flor declarou
Que por ele também sentia amor.
O sapo partiu
E a flor atrás dele se foi
Acho que agora eles vivem
Na eternidade um grande amor.
Somente eu, que fiquei no mundo
Sozinha, sem flor, sem sapo
Sem coaxar, sem serenata
Até os grilos se calaram.
Não sei o que aconteceu com a lua
Com as estrelas
Não vejo mais nada
Só uma cinzenta nuvem
Em minha alma.
Poema dedicado ao Principe dos poemas e do Amor...
Uma singela homenagem ao poema "O sapo e a Rosa" de Ary Bueno.

04/09/2020
- 1 comentário
- 39 visualizações neste mês
- © Todos os direitos reservados