Aos arrogantes.
O que fizeste em tantos anos senão edificar uma fortaleza
Para que fosses o epítome de uma pseudo perfeição?
Os anos são golpeados pelos milésimos de segundo
E tudo retorna às bases de areia, todavia...
Há cansaço e tédio. O tempo é nosso mortal inimigo.
A doença que surge ou piora; os medos que se acentuam;
O câncer que propaga; as falhas mal resolvidas...
E uma hora os esconderijos dessas questões acabam
E somos obrigados a confrontar um grotesco monstro.
Como seria bom se fôssemos o que somos sem os defeitos!
Mas isso é impossível, ou ainda, são eles que nos fazem
Ser quem somos...
O beijo que nunca foi. As pessoas que se foram. As oportunidades...
Dói olhar para trás e ver tudo em escombros:
Sonhos aniquilados pela inação, vidas que poderiam ser diferentes.
Eu gostaria de ter uma fórmula para evitar a amargura,
Mas parece que a existência impele que assim o seja...
E eu também sinto que tudo o que construí anda a se desfazer...
Sinto que fiz tudo errado, até o que não fiz...
E pensar que dediquei tantos anos para melhorar
E continuo me sentindo um erro... Tudo foi em uma fração de segundo...
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