Centelhas acesas relusentes, abrasam
Talvez a vida, talvez a falta dela
Sentir-se queimar no modo literal!
As emoções e reações de sentimentos, alastram
Um dia pensou-se eternidade
Onde o 'jamais' era coerente
Onde não haviam correntes
E tudo era tão perfeito.
Tudo o que?
Contentamento descontente
Palavras ao vento, amáveis raramente
Abraços vazios obrigados
Sorrisos forçados por ninguém
Era só desdém
O cansaço da rotina
E a fadiga que sempre vem
Mas a esperança pairava
Num coração que se enganava
As dores físicas doíam menos
Que o desprezo tocante à alma
E então aquela utopia
De uma vida colorida e vazia
Na verdade cinza,
Como as cinzas restantes da quarta-feira
Onde tudo é só tristeza, exaustão
As marcas ferem o coração
Nem adianta fazer oração
Tudo isso é uma grande besteira.
Agora degusta fria e lentamente
Com culpas e remorso
O gosto do desgosto
Amargo neste pobre paladar.
Refletindo sobre o que era e já não é mais!
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