A história que vou contar é complexa para poucas linhas. Vou truncá-la ao máximo, economizando palavras.
Acompanhei os alunos do Barão numa viagem para o Rio de Janeiro, por conta do Projeto Jovens Turistas.
Que passeio incrível, visitamos vários pontos turísticos e nos hospedamos em um hotel de várias estrelas, não lembro a quantidade de estrelas, mas o almoço era excelente.
Visitamos o Maracanã. Acreditem, sou carioca, mas nunca havia ido ao Maracanã, fiquei encantada com o museu dos jogadores, com histórias e objetos da Copa do Mundo.
Desejei comprar presentes para as crianças que me esperavam, ansiosas, em casa.
Como Carlos Alexandre gostava muito do Flamengo, resolvi comprar na loja de souvenirs a camisa oficial do seu time preferido.
Chamei a vendedora e perguntei:
- Moça, por favor, quanto custa a camisa do Flamengo?
- Há! Minha senhora, essa camisa é muito cara. – Falou com desdém.
- É cara?
- É Muito cara!
- Então, eu quero duas! Quero também dois meiões do mesmo time.
Ela, calmamente, realizou a venda com um sorriso no canto dos lábios.
Eu? Há! Eu mantive a pose de “madame”, como se aquele dinheiro não fosse me fazer falta em dias sequentes.
Quando cheguei, corri e contei toda a história para o Sampaio. Não faltou nada,ipsis litteris, as mesmíssimas palavras, igualzinho como havia acontecido.
Ele escutava, balançando negativamente a cabeça... No final, me deu uma lição, que nunca mais esqueci:
- Você é boba mesmo hem! Caiu no conto do vigário! Caiu na armadilha da vendedora. Ela sabia que o único jeito de vender, seria insinuando que você não tivesse condições de comprar, ela te induziu ao erro, mexeu com seu orgulho, entendeu?
- Entendi tudinho.
- Quando fizerem isso de novo, você segura a vaidade e responda:
- É você tem razão! É muito cara mesmo, mas eu consigo no camelô, igualzinha, pela metade do preço.

Selma Nardacci dos Reis
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