Não deixei a flor do medo brotar súbita
Nas profundezas mais obscuras e caóticas de minh'alma,
Apenas deixei-me ser e embriagado pela autoconfiança,
Fui seduzido por ti, negro elemento e pulei um salto mortal...
Teus beijos drenam minha vida e meu desejo.
Rasgas meu coração metaforicamente à apatia.
Esqueleto ambulante sou, buscando a carne a me compor
Para apodrecer novamente infinitas vezes!
Eu caminho o ermo escuro onde não vislumbro o final
E minha vida vai perdendo o brio e o sabor de ambrosia.
Distantes, os galopes de cavalo ficaram e nem uma existência
Se digna a trilhar este caminho se quiser continuar a existir...
Quem foi o vampiro que sugou até o último líquido de meus olhos,
Roubando, sem pudor, a minha visão?
Vai decaindo... Vai decaindo... Não dói esta morte
De não mais agarrar com a vista as paisagens do ser.
É sem dor, mas ainda assim agonizante e perversa
Essa tortura maquiavélica a qual implantaram em mim...
Nem sei como posicionar-me em atrito e convidar à guerra
Um oponente que, em suma, está em mim mesmo...
Frenético, vai derrubando a resistência em meu ser - em flanque...
Lentamente, vou flertando, a contragosto, com as trevas...
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