Com o tempo se desgasta o asfalto,
Na atmosfera declina-se a poluição
E os ventos carregam na contramão
As incertezas impuras que decalco...
 
É o tempo anfitrião das atrocidades
Que se debruçam sobre o universo,
Em cada ponto há o sentido inverso
Que camufla o teor das inverdades.
 
Sob o éter em que se respira a vida,
A fuligem se espalha tão destemida
Que derrama incenso sobre a morte...
 
Quão inútil é o desespero das gentes
Que, alucinadas, morrem de repente
Trucidadas diante do fel passaporte!
 
 
DE  Ivan de Oliveira Melo
 

Ivan de Oliveira Melo
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