Eu ainda tenho tanto para descobrir

 
Continuo entre logrados e retalhos.
Meus transtornos e eclipses.
Por vezes eu não soube em que acreditar,
ou com que sonhar, era apenas mais uma alma em rebelião
tantos alívios eu insisti em me apegar para me esquivar,
tão difícil abandonar tudo que insiste em ficar.
Não sou perfeito, mesmo que doa, que eu sofra sozinho,
o contraste só me faz crescer.
Ainda corrói onde doeu.
Quantas verdades criei para me aliviar?
Sei que a realidade dói algumas vezes,
saí dilacerada, afogada num vazio, não sentindo nada.
Adormecida por um sofrimento permanente,
sem entender se tudo aquilo era consciente.
O medo me impediu de ver o que estava acontecendo,
nossos problemas tapam nossos olhos,
não entendemos as variações, os erros viram metáforas
é vivendo que se aprende, nunca sabemos o que é melhor para nós.
Não vou desanimar, me levantarei agora
reconheço a voz, não irei me enganar.
O medo me impediu de ver o que estava acontecendo
agora vejo quando os teus ruídos eu não ouço,
no silêncio procuro as respostas,
mesmo quando não tenho as perguntas certas.
A vida é perigosa, corremos o risco sem querer.
Entre o choro e o riso, não sabemos quem vai ganhar ou perder.
Toda essa angústia em pertencer, toda vontade de saber,
penso e repenso tudo num segundo.
Tanto julgamento sem solução, saí a procura do propósito de tudo.
Naquele tempo, nada fazia sentido,
depois de tudo que havia vivido.
Fiz de tudo, mas não fui ouvido,
era tão nobre o que eu sentia.
Me calar nunca foi uma opção.
Sentindo do tamanho do espaço.
Eu ainda tenho tanto para descobrir!