Reverberam os enólogos renomados:
Que vinho é alimento para a alma,
Que vinho rejuvenesce as veias,
Que os olhos brilham que nem estrelas,
Que mais nobre, quão mais engelhada a safra,
Que apreciá-lo é virtude de sofisticados.
Eu vivi, por longo interstício,
A me admirar como a um virtuoso,
Segundo o conceito dos enólogos;
Até cria piamente no viés científico,
Afeito a este ritual quase religioso,
De que vinho é manjar de filósofos.
Avultava em mim, que eram do auspicioso vinho,
A crença caliginosa de eterna pele macia,
A verve de parir sáfaros versos de poesias.
Todavia, hodierno, remodelado meu caminho,
Alijei-me do seleto grupo da alcoolemia,
Nãos mais me inebriam as estrofes arredias.
Meus versos gestados no intelecto,
Dantes, percorrem a alameda do coração,
E espocam na voz, com graciosa sonoridade,
Após, como se fossem laivos de felicidade,
Prorrompem ao sublime domínio da razão,
Até que se propagam uma vida de afeto.
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