Teu corpo... Vejo-o no espelho d’água
A balouçar dentre a espuma salgada,
A bailar mui sarraceno até a enseada
E no rodopio das ondas o rio deságua.

Teu nome... Prendo-o em minha casa
E nos torvelinhos que o mar enxágua
Há os recifes onde se situa a pirágua
Que leva a inspiração que se consagra.

Tua sombra... Sinto-a em mim atordoada,
Labuzada pelos tons da viola em serenata
A sussurrar da melodia palavras em volúpia...

Teu vulto... Aconchego-o nu ao meu peito
Já consumado a delirar sob o ícone perfeito
Da canção que é o amor sem letra espúria!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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