Sobre um chão de barro vive a esperança,
Perante um teto de palha a chuva desaba,
Em portas e janelas de madeira de cascata
O vento sopra e a tempestade me alcança.
 
Sobre os móveis rústicos de velhos troncos
Apinho meus pertences de alumínio e vidro,
Meu corpo se deita sobre as folhas do trigo
E meu sono é tiroteio sem cessar de roncos.
 
Diante do dia que amanhece sou névoa fria
Que, sem agasalho, me torturo sem agonia,
Porque na vida todos os rumos são distintos...
 
Sobre o massapê que desforra a minha cama,
Observo que meus sonhos sempre enganam
O tempo para que eu renasça no que sinto!
 
 

 
DE  Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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